A editora de Saúde e Equilíbrio, BEATRIZ PERES, diz que trabalha muito com frilas – mas principalmente com aqueles que ela já conhece e sabe que pode confiar.
Ela recebe cerca de dez propostas de pautas por semana, enviadas por e-mails ou telefone, mas aproveita muito poucas. Justamente porque esses pretendentes a frila não seguem a cartilha que ela ensina pra gente aí embaixo:
“Trabalho mais com frilas no Equilíbrio do que em Saúde porque o semanal é feito com mais tempo e tem pautas mais frias – que podem ser devolvidas e refeitas pelos frilas, se for preciso”.
Para emplacar pautas, acho necessário:
1. Ser direto, claro e preciso no primeiro contato
Editores costumam ter pouco tempo para entrevistar o repórter e descobrir a pauta que ele tenta vender.
O ideal é ligar ou mandar um email dizendo quem é e o que já fez (não precisa mandar currículo) e propondo a pauta (melhor mandar apenas uma ou duas de cada vez).
2. Saber o que é a pauta
Pauta tem que ter título e lide. Isso facilita a comunicação entre repórter e editor, evita surpresas na hora da entrega do texto e obriga o repórter a focar numa pauta de verdade (e não num assunto ou tema amplo).
Por exemplo, não adiantar vender uma “pauta sobre acupuntura” ou uma “pauta sobre terapias com animais”. É preciso saber qual é a novidade em relação à acupuntura ou que novos resultados têm as terapias com animais. Ou, ainda, de que maneira nova você pretende abordar esses assuntos.
3. Apurar antes (e fazê-lo direito)
Eu costumo brincar que “sem pré-apuração não há salvação”… Antes de propor ao editor, é preciso, claro, ter certeza de que o veículo para o qual você está vendendo ainda não deu a sua pauta.
E ver se a pauta vira: entrevistar as pessoas, ir atrás das pesquisas, saber se aquilo ainda não foi feito da maneira como você está propondo.
4. Esclarecer a linha a ser seguida com o editor
Qualquer pauta pode virar uma infinidade de textos diferentes. É preciso explicar ao editor o que você pretende fazer e seguir as orientações.
Antes de encerrar a conversa, você precisa saber:
quais são as fontes principais a serem ouvidas?
o texto será aberto com a pesquisa ou com o personagem?
quantos personagens são necessários?
de que tipo?
além do texto, vai ter algum infográfico?
e foto?
5. Cumprir o deadline
Por incrível que pareça, é um problema recorrente: o frila sugere a pauta e concorda com o prazo, mas não consegue cumpri-lo. Pega muito mal. A menos que tenha ocorrido uma emergência, parece descaso com o veículo ou falta de organização do repórter.
6. Entregar o combinado
Se a pré-apuração for feita direito, não há muitas razões para uma pauta fria cair (ou virar outra) no meio do caminho. Mas o editor precisa ser avisado, se isso acontecer. Não vale mandar o texto diferente do que foi combinado (com personagem a menos, com pesquisa faltando, com infográfico menos detalhado).”
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